Mais uma novidade que me chegou às mãos com o maravilhoso apoio da Editorial Presença, que gentilmente cedeu um exemplar para opinião e outro para passatempo (aqui).
Para quem nos acompanha, já deve ter percebido que o factor capa é o que normalmente me chama para uma leitura. Neste caso não achei a capa nada de extraordinário, se bem que bastante em sintonia com a história. A sinopse foi o que me vendeu este livro e a estreia com o autor revelou-se uma agradável surpresa.
Há algum tempo que não pegava em romances contemporâneos e o que acabou por ser o melhor ponto nesta história foi o Don Tillman. Uma construção de todas as camadas desta personagem muito bem conseguida. Não sendo esta uma personagem com características ditas comuns, Graeme Simsion conseguiu trazer-lhe complexidade sem cair no ridículo, tornando Don e a sua evolução elementos credíveis no desenrolar da história.
Toda a parte relativa ao projeto pai foi para mim, tirando os momentos Don-Rosie, a parte menos interessante do livro que me fez enrolar um pouco mais esta leitura. Acaba por ser um ramo desta história que, no final da história, pouca ou nenhuma importância tem para o enredo, além de ser o elo de ligação entre Don e Rosie, o único factor que torna esta parte tolerável.
O melhor na história? O contraste entre a espontaneidade e descontração de Rosie com todas as manias e peculiaridades do Don. A maneira como, apesar de serem opostos e tecnicamente incompatíveis (segundo a lista de exigências do Don pelo menos), conseguiram ser a pessoa que o outro necessitava. Esta componente de romance neste livro é sem duvida o seu ponto alto.
No geral, foi uma leitura bastante agradável, com momentos bastante cómicas sobretudo pela naturalidade com que ocorriam, o que é de louvar na escrita do autor que não caiu no erro de recorrer a situações exageradas e/ou absurdas para trazer este elemento à história, respeitando totalmente a personagem que criou e a sua condição.
Mais uma estreia de 2016 que recomendo aos leitores que procurem uma história de amor diferente de todas as que leram até agora, sem necessidade de amores perfeitos, porque por vezes as nossas imperfeições são a perfeição que o outro procura (mesmo por vezes não o sabendo).
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